segunda-feira, 10 de março de 2014

A educação escolar de alunos com surdez!



O texto apresentado como referência para a leitura da 2ª semana faz um recorte histórico sobre a educação escolar de alunos com surdez destacando a existência de um embate político e epistemológico entre os gestualistas e oralistas, embate esse que:

Enquanto as discussões ficam centradas na aceitação de uma língua ou de outra, as pessoas com surdez não têm o seu potencial individual e coletivo desenvolvido, ficam secundarizadas e descontextualizadas das relações sociais das quais fazem parte, sendo relegadas a uma condição excludente ou a uma minoria. (Damázio e Ferreira, 2010, p. 47)                                                 

Porém segundo os autores acima citados a pessoa com surdez não é deficiente, apenas tem perda sensorial auditiva, mas, por outro lado, há toda uma potencialidade do corpo biológico humano e da mente humana que canalizam e integram os outros processos perceptuais, tornando essa pessoa capaz.
Nessa perspectiva o texto faz uma critica ferrenhas as propostas que não estão de acordo com a Política Nacional de Educação Inclusiva, por separarem as pessoas com surdez das pessoas ouvintes, indo de encontro também entre gestualistas e oralistas.

Acerca deste fato, Damázio e Ferreira (2010, p.48) relata que:

O problema da educação das pessoas com surdez não pode continuar sendo centrado nessa ou naquela língua, como ficou até agora, mas deve levar-nos a compreender que o foco do fracasso escolar não está só nessa questão, mas também na qualidade e na eficiência das práticas pedagógicas.

Assim o texto analisa a pessoa com surdez como um ser capaz, acreditando no seu corpo biológico, não em sua deficiência colocando essa pessoa numa concepção pós-moderna, quebrando o modelo da dicotomização entre oralistas e gestualistas, vendo a proposta bilíngue como uma ruptura da visão segregacionista das pessoas com surdez.
Através do Decreto 5.626 de 05 de dezembro de 2005 foi legitimada uma educação visando à formação das pessoas com surdez em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, de preferência na modalidade escrita, constituam línguas de instrução e que o trabalho com essas duas línguas se concretize paralelamente na escola, visando o desenvolvimento do processo educativo.

AEE – PS Atendimento Educacional para Pessoas com Surdez

Na perspectiva da inclusão do aluno com surdez em uma escola comum deve-se contar de forma sistemática com o AEE PS nos três momentos didáticos – pedagógicos que são: O Atendimento Educacional Especializado em Libras- AEE em Libras: esse trabalho é oferecido aos alunos com surdez todos os dias, em horário contrário aos da sala de aula comum por um professor preferencialmente surdo. É um momento em que todos os conhecimentos curriculares, são explicados nessa língua.
  
  
AEE em Libras. Sala do AEE. Na parede frontal da fotografia o professor explica aos 6 alunos que estão dispostos em semicírculo. Utiliza recursos imagéticos. Na mesma parede, do lado esquerdo, a tecitura dos contextos. Na parede atrás do professor, uma lousa. No meio dos alunos mesa com materiais concretos.

O Atendimento Educacional Especializado para o ensino DE LIBRAS: esse momento é planejado a partir do diagnóstico do aluno respeitando suas necessidades especificas, em horário contrário aos das aulas, na sala de aula comum pelo professor e/ou instrutor de libras. Os materiais e recursos usados no AEE para o ensino de libras devem está na sala de aula e respeitar as necessidades didático-pedagógicas para o ensino dessa língua, principalmente o estudo dos termos científicos.
 
AEE de Libras. Sala do AEE. Professora e aluno, ambos de pé. Professora segura um cartaz com imagens. Aluno participando da aula ao lado do cartaz. Ao fundo, lousa com outras imagens.

Atendimento Educacional Especializado para o Ensino da língua Portuguesa – Escrita: esse trabalho é realizado na sala de recurso multifuncional, em horário contrário ao da sala comum por um professor preferencialmente graduado em Letras, pois este deve conhecer os pressupostos linguísticos e teóricos que fundamentam o trabalho com a Língua Portuguesa escrita para alunos com surdez.

. Aluno sentado utilizando a mesa, escrevendo no caderno com lápis. Ao fundo, mesas com diversos livros.

Em suma, o texto: Educação Escolar de Pessoas com Surdez- Atendimento Educacional Especializado em Construção teve como objetivo apresentar reflexões sobre a educação escolar das pessoas com surdez fazendo uma ruptura com as práticas pedagógicas segregacionistas acreditando no potencial biológico dessas pessoas e demonstrando que com a Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva as PS têm o direito de serem incluídas no Ensino Regular recebendo complementação através do Atendimento Educacional Especializado visando o pleno desenvolvimento e aprendizagem por meio da proposta bilíngue.
REFERÊNCIA
DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010. p.46-57.   


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